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Perguntas frequentes
1. Muitas pessoas dizem que a agricultura sintrópica é muito complicada e que uma pessoa precisa ter um doutorado em ciência do solo, outro em botânica e outro em agronomia?
2. Quando plantamos em alta densidade, ou seja, quando integramos muitas plantas por m2 , a competição entre as plantas aumenta. Isso é verdade?
F4F- Ernst Götsch descobriu, por meio de muitos experimentos, que ao aumentar o número de sementes de árvores por metro quadrado, as plantas se desenvolviam melhor. O segredo é manejá-las no momento certo, ou seja, podando e raleando. Na verdade, as plantas se ajudam mutuamente, a cooperação ocorre até mesmo entre plantas de diferentes famílias botânicas, veja o trabalho da pesquisadora canadense Suzane Simmard aqui (https://www.ted.com/talks/suzanne_simard_how_trees_talk_to_each_other?subtitle= pt-br&geo=pt-br) e o experimento Jena diversity (https://www.youtube.com/watch?v=j3SvG2nBCTM)
3. A agrossilvicultura sintrópica é uma excelente tecnologia para recuperar fontes de água e restaurar florestas, mas para acabar com a fome no mundo precisamos da revolução verde, ou seja, produzir alimentos em grande escala e em monocultura, isso é verdade?
4. Por que não há muitos exemplos de agricultores que aplicam técnicas de agricultura sintrópica em suas terras?
F4F- A agricultura sintrópica é uma forma relativamente nova de fazer agricultura. Por exemplo, pense na antiguidade do arado. Ele surgiu há mais de 5.000 anos, por volta de 4500 a.C., e foi uma das maiores inovações da Pré-História e um marco da Revolução Agrícola. Ernst Götsch realiza experimentos há apenas 40 anos e, nos últimos 20 anos, evoluiu muito para fazer isso de forma sistemática, na prática. Há muitos povos indígenas que trabalham com consórcios de plantas e convivem com florestas há milhares de anos. A diferença fundamentral entre os povos originários que convivem com florestas há milênios e a agricultura sintrópica criada por Ernst Götsch, é que este se propõe a resolver os problemas da agricultura moderna, utilizando métodos ancestrais de convívio com a natureza, ao mesmo tempo que criou uma metodologia e intepretação didáticas de como a as florestas funcionam, permitindo que o ser humano moderno que não nasceu no interior de uma floresta e teve, ao longo da vida, pouco contato com florestas nativas, possa praticar uma agricultura que respeita os processos ecológicos.
O modelo de agricultura sintrópica também é um modelo que busca dar autonomia e independência aos agricultores, afastando-os de uma economia baseada na escassez e aproximando-os de uma economia baseada na abundância, a economia da consciência emergente. Como a sociedade como um todo está imersa na economia da escassez, é muito difícil para as pessoas terem acesso a esse modelo ‘novo’, que não é divulgado ou propagado pela mídia que ainda está ancorada na economia da escassez. No entanto, é importante observar que o número de pessoas que praticam a agricultura sintrópica aumentou muito nos últimos anos, devido ao fato de as pessoas estarem buscando alternativas para mitigar os efeitos adversos das mudanças climáticas.
5. É possível ter um retorno econômico no curto prazo com a agricultura sintrópica, já que se trata de uma agricultura focada no plantio de árvores?
6. É possível realizar a agricultura sintrópica em grande escala?
7. Quantos hectares de agrofloresta sintrópica uma família de 4 ou 5 pessoas pode administrar por ano?
8. Como podemos usar a sucessão natural na agricultura sintrópica?
9. Que espécies devo plantar para acompanhar minhas plantas cultivadas?
Temos que plantar a "placenta" (plantas com ciclo de vida de até 2 anos), que fornece abrigo e nutrientes às nossas plantas cultivadas de ciclo de vida mais longo no início, bem como as "árvores-mãe" (termo criado por Ernst Götsch). As árvores-mãe são árvores que plantamos junto com nossas plantas cultivadas, para que possamos protegê-las e cuidar delas a longo prazo.
O que são árvores-mãe?
- Árvores de crescimento rápido, raízes profundas e vida longa
- Responde bem à poda drástica anual
- Fácil de manejar
Benefícios de ter árvores-mãe?
- Forte aumento das atividades fotossintéticas durante todo o ano, inclusive na estação seca
- Após o destope, o rejuvenescimento e a indução de um novo crescimento vigoroso
- Sequestro de carbono e melhoria do microclima
- Solos cobertos e revitalizados
- Retenção de água,
- Não há mais necessidade de arar ou capinar
Consequências?
- Produção estável da safra principal com alta qualidade
- Solos saudáveis sem a necessidade de insumos externos e uma proporção muito alta de fungos e bactérias.
10. As formigas cortadeiras muitas vezes dificultam nossa vida. O que devemos fazer quando as formigas cortadeiras atacam nossas plantações?
Encontre o formigueiro e coloque cimento ou cal agrícola no formigueiro. Acumule o máximo possível de matéria orgânica em cima e ao redor do formigueiro. Use plantas que funcionam como repelentes de formigas, como Tithonia diversifolia, Canavalia ensiformis, Ricinus comunis. Para obter mais informações, consulte https://www.researchgate.net/publication/340661588_Revision_de_la_biologia_y_metodos_de_control_de_la_hormiga_arriera_Atta_cephalotes_Hymenoptera_Myrmicinae.
11. Muitas vezes nos perguntam se e por quanto tempo os fertilizantes químicos ainda são necessários após a mudança de um sistema convencional (que depende de insumos químicos externos) para um sistema agroflorestal sintrópico.
O objetivo é abandonar quaisquer insumos químicos após alguns anos e confiar na matéria orgânica produzida pelo próprio sistema agroflorestal. Como primeira medida, os fertilizantes químicos (como o NPK) podem ser substituídos por fertilizantes orgânicos (esterco animal). Se o agricultor não estiver disposto a parar de usar NPK imediatamente, uma solução de transição gradual poderia ser a seguinte:
Ano 2: 70% do uso de NPK convencional
Ano 3: 50% do uso de NPK convencional
Ano 4: 25% do uso de NPK convencional
Ano 5: não há mais uso de NPK
O glifosato e os fungicidas devem ser imediatamente suspensos. De acordo com informações da SoilFoodWeb, uma aplicação de glifosato destrói 80% da microvida do solo!